terça-feira, setembro 04, 2012

Há dias em que gostava de ter sido ouvido/ lido



Isto foi o que eu sugeri, em resposta a uma pergunta do jornal A Guarda, como forma de evitar situações como a que ainda hoje vivemos aqui no distrito da Guarda. Penso que é evidente, para quem acompanha o incêndio de Seia, que o número de combatentes é muito reduzido para o perímetro de fogo que é apontado nos órgãos de comunicação social (acima dos 20 km foi a última indicação que recebi), mas parece que não há mais viaturas disponíveis. Por vezes gostava de ser ouvido ou lido por gente que se diz responsável!
Senhor Ministro, que tal haver umas viaturas que agreguem bombeiros voluntários de diferentes corporações?



"A Guarda (10) – Em sua opinião, o que é que devia ser feito para diminuir o número de incêndios florestais?

D.R. - Existem alguns factores que são determinantes no combate aos incêndios: as condições atmosféricas, o combustível e o dispositivo de combate. O primeiro não é passível de controlo de maneira nenhuma. O segundo depende dos proprietários dos terrenos e sabemos que existe uma total falta de responsabilização de proprietários e dos seus actos. O terceiro é aquilo que todos nós quisermos fazer com ele. Assim, penso que há três apostas que alterarão o cenário que é montado todos os anos: uma real aplicação da lei, sem favoritismos e sem desculpabilizações, fazendo com que quem arrisca o comportamento negligente opte por não arriscar; uma prevenção efectiva assente na distribuição de meios de combate pelos corpos de bombeiros das zonas mais afectadas pelos incêndios (sabe que não é possível que a corporação a que eu pertenço continue unicamente com uma viatura ligeira de combate a incêndios e ninguém se preocupe com isso); e, como medida eficiente e algo utópica no combate aos incêndios, a criação de grupos de reforço (GRIF’s) distritais assentes no voluntariado, ou seja, a aquisição por parte da protecção civil de veículos de combate que possam estar situados ou estacionados junto dos Centros Distritais de Operações de Socorro e que, em situações de emergência, possam ser accionados pelo recurso a bombeiros que não estejam integrados nas Equipas de Combate (ECIN). Sabe que eu acredito que os problemas que nós vamos ter com os incêndios justificam investimentos elevados, tal como o investimento nas Forças Armadas."


Caso tenham interesse, leiam a totalidade da entrevista aqui.

segunda-feira, setembro 03, 2012

Cá tão perto há heróis de vermelho


E há momentos amargos e de um silêncio tremendo, em que a preocupação e a vontade heróica nada resolvem. Nestes dias, onde parece que entrámos em guerra, milhares de homens e mulheres dão de forma abnegada e voluntária, buscando forças onde ninguém sabe que as tem, um exemplo perfeito daquilo que é o amor à pátria ou a preocupação com as populações. São homens e mulheres de todo o país que não recusam a ajuda a quem solta lágrimas de medo ou de terror, que não deixam para amanhã o que sabem ser essencial fazer hoje e que não se esquecem de que estão a servir o país e os portugueses. Assim haja quem os olhe com admiração e com o respeito que todos eles merecem. Assim haja quem lhes conceda um momento de oração. Assim haja quem os ajude, sem crítica gratuita e injusta. São homens e mulheres que estão, por imposição governamental, a lutar com armas desiguais, enquanto as águas da corrupção se vão enchendo de submarinos ou os ares exóticos dos gabinetes se vão enchendo de assessorias familiares.
Mas a amargura persiste e só se acalma com a certeza de que o cansaço não fará desistir aqueles que, realmente, amam o próximo!

sexta-feira, agosto 31, 2012

Na Guarda: esperamos por vós!


"Tripartida Poética" decorrerá no TMG em mais uma saudável actividade deste oásis cultural da cidade da Guarda: três poetas (Américo Rodrigues, manuel a. domingos e eu), três livros (Acidente poético fatal, Teorias e Refracções em três andamentos), muitas reflexões e infinita poesia. Será no dia 7 de Setembro, a partir das 21h30m!
Apareçam!


quinta-feira, agosto 30, 2012

Crónica Bombeiros.pt: “Papito siempre estaras en mi corazón” (Paizinho, estarás sempre no meu coração)





1. Há dias em que não conseguimos responder a todas as solicitações que se nos apresentam, e ficamos furiosos! Há dias em que, com um estranho sentimento preso ao coração, saímos de casa para defender outras famílias e bens, deixando aquilo que é realmente nosso: os nossos pais, as nossas esposas, os nossos filhos, a nossa família, enfim, a nossa casa. Há dias em que voltamos cansados, com o corpo ferido, mas com um sorriso no rosto: a nossa missão cumpriu-se! Há dias em que não voltamos e o sorriso apaga-se dos rostos que connosco partilharam tantas e tantas desventurosas saídas do quartel. Há dias em que a nossa família, a nossa carne, a nossa verdadeira razão de viver, perde aquilo que tem de mais precioso. Há dias em que a vida deixa de fazer sentido para um grupo de infelizes que são o nosso sangue. Há dias em que nos perdemos na memória dos homens e restamos, nomes singulares, numa lápide que alguns irão esquecer, mas não os nossos amigos e familiares. Há dias em que quem cai não pode deixar de merecer o nosso respeitoso cumprimento, o verdadeiro cumprimento: lembrarem-se da família que fica!

(...)



Guarda, 29 de Agosto de 2012
Daniel António Neto Rocha

(excerto do Texto publicado e disponibilizado no Portal Bombeiros.pt no dia 29 de Agosto de 2012)

quarta-feira, agosto 29, 2012

Em Coimbra: espero que possam aparecer!


É já daqui a cerca de duas semanas que acontecerão duas apresentações do meu livro "Refracções em três andamentos", lançado em Julho deste ano.

Falarei da primeira apresentação, a decorrer na Guarda, em breve.

Já a segunda acontecerá na FNAC Coimbra (Fórum Coimbra) no dia 8 de Setembro, pelas 17 horas, e responde a alguns "apelos" de amigos que não puderam deslocar-se à Guarda para o lançamento.

Mais pormenores e informações essenciais vão sendo dadas durante os dias que se avizinham.



Quem quer ser a Vera Pereira? (2) - O que acontece, também, na Guarda

As desculpas de quem comete as ilegalidades (entendam-se estas ilegalidades como algo que toda a gente sabe que nunca deverias ser permitido) permitidas por lei e por cada rei são sempre alicerçadas no comum, na normalidade e naquilo que todos os outros já fizeram e que, por isso, é assumido como algo que deve ser feito. Claro está que há um condimento que não é do conhecimento desta espécie de gente séria que controlam o emprego em Portugal, até na contratação do estado, que se chama VERGONHA!
Digo isto porque, e quem conhece as regras de procura de emprego de um qualquer comum desempregado, toda a gente que faz candidaturas a ofertas, como esta para a Vera Pereira, perde tempo e dinheiro (que vai escasseando) a efectuá-las e caso as não faça perde o direito a receber o correspondente subsídio de desemprego.
Logo, porque razão pedimos às pessoas que façam as suas candidaturas a ofertas de emprego que, como é comum acontecer, já têm um candidato preferencial e único? Porque é que continuamos a criar falsas expectativas sobre ofertas de emprego a pessoas que não são recomendadas por alguém? Porque é que não assumimos, como tantos fazem, a contratação preferencial sem recorrer à artimanha de um suposto concurso aberto a todos? Porque é que, e a vergonha absoluta está aqui, continuamos a dizer às pessoas que em Portugal todos têm as mesmas oportunidades, sendo iguais nos direitos e nos deveres, e depois lhes dizemos que não adianta o esforço porque tudo isto (esta treta de país) está a saque pelos supostos organizadores políticos?
Sim, concordo com quem diz que isto só lá irá à bomba e aos tiros!

P.S. - Vera Pereira, lembra-te: és a face da vergonha!

terça-feira, agosto 28, 2012

Quem quer ser a Vera Pereira?

Sem palavras!
Ou melhor: tantas Veras Pereiras que andam por aí!
Agora sim, sem palavras!

Nota: Nova Guarda

Ao que parece, o "Nova Guarda" está a bombar por aí!
Este Pravda guardense (assumindo o período negro da história deste histórico jornal soviético) voltará com novas palavras de ordem e com nova equipa para uma história velha e relha.
Ponto importante e decisivo deste "regresso": vem mesmo a tempo das fantásticas discussões eleitorais! Vamos ver quem lançará como o candidato que será o sebastião prometido aos cidadãos guardenses.
Estou ansioso!

quinta-feira, agosto 23, 2012

Motivo de chacota ou uma visionária?


Tenho para mim que a Senhora Cecília teve uma epifania quando tentou a restauração deste quadro. Se pensarmos que os valores da época em que se pintou o quadro eram valiosos e solidários, nos dias que correm estamos perante um assalto constante por parte de falsos profetas da solidariedade. Daí que antes era Cristo e agora a dona Cecília dá-nos o "ladrão com uma meia que esconde a cara"!

P.S.- Não tive qualquer intenção de fazer crítica religiosa mas, sim, crítica política e partidária!

segunda-feira, agosto 20, 2012

Criações pessoais: teatro

Estou a terminar a escrita de uma peça de teatro.
Já estava concluída, mas surgiram algumas desavenças entre este vosso amigo e duas das personagens, que começaram a mandar vir e a pedir maior protagonismo. O que é certo é que elas tinham razão e, por culpa delas, tive de misturar a realidade com aspectos fantásticos e surreais.
Está a ficar melhor assim!

domingo, agosto 19, 2012

segunda-feira, agosto 13, 2012

Quem é que a Guarda leva a sério?

Foto do Professor Xavier Viegas (do premiado fotógrafo Edgar Martins)


Professor Xavier Viegas com Sérgio Cipriano e este vosso escriba (Foto da organização da Jornada)


E depois acontece isto! O Ministro da Administração Interna decidiu, de uma forma que eu considero merecedora de maior esclarecimento, pedir a um especialista externo à ANPC a análise do grande incêndio que andou livremente pelo Algarve. E quem decidiu ele convidar para tal análise (ler aqui)? Nada mais, nada menos do que alguém que tem colaborado intensamente com o concelho da Guarda em termos de formação para o combate aos incêndios florestais – o Professor Domingos Xavier Viegas. Espantados? Pois, é que o Projecto Sérgio Rocha ou o Portal Bombeiros.pt não têm o peso “cunhista” de outras entidades (sejam fundações, partidos, associações, ou outras coisas quaisquer). Daí que metade do concelho e do distrito desconhecem (quanto a mim não querem conhecer) a mais-valia que todos os anos é oferecida de forma gratuita ou a preço simbólico na jornada formativa que se chama “Jornada de Análise ao Incêndio de Famalicão” e que é a única actividade formativa do distrito para bombeiros desde há seis anos, apresentando também o único “staff-ride” que se realiza na Europa. Mas tudo isto não interessa às entidades da cidade (apenas a Governadora Maria do Carmo Borges olhou para esta actividade com visão de futuro!) e continua a ser feita sem o devido apoio de quem quer um melhor distrito e melhores e mais preparados agentes de protecção civil. Mas, como se pode ver sempre que um bombeiro morre, todos os responsáveis choram amargamente para poderem esquecer no momento seguinte.
Agora, é o senhor Ministro Miguel Macedo que nos dá razão e que nos, aos organizadores, obriga a continuar a nossa actividade, pois, se a sociedade civil desiste, quem nos valerá?
Para finalizar, tenho a certeza que deste relatório agora encomendado sairá uma análise fria e competente daquilo que se passou no Algarve. Espero é que depois não fique guardado na gaveta, pois é uma chatice termos de andar sempre fora da lei a tentar saber as conclusões dos relatórios que nos servem enquanto bombeiros. Só uma ressalva: lembrem-se que, caso fosse necessário, este relatório não serve de investigação policial (talvez o senhor Director Nacional da Polícia Judiciária possa esclarecer o como e o porquê de haver incêndios que não mereceram uma investigação a sério apesar dos resultados deles!), como se tentou fazer crer com outros relatórios.

Pensalamentos #54

A tristeza de não ser
Ou a incerta quietude
De permanecer irrealizável
Assente em nuvens.

quarta-feira, agosto 01, 2012