segunda-feira, maio 02, 2011

"Olhai vós bem que este sam eu!": Estes deputados! Ai!, estes deputados!



"Oriundo de Oliveira do Hospital, distrito de Coimbra, o candidato socialista assume-se como um «beirão da Beira Serra» e «apesar de não ter nascido no distrito, a verdade é que fiz e ainda faço boa parte da minha vida aqui no distrito»."
in O Interior


Hoje, O Interior fez-me lembrar um textinho de Miguel Torga que integra o livro "Portugal". Miguel Torga é um homem de raízes, sendo um transmontano de gema. Daí que a alusão deste a Gil Vicente no texto intitulado "A Beira" me pareça tremendamente actual. Assim que li esta alusão ao novel deputado, lembrei-me que todos podemos ser deputados por Coimbra, pois todos vamos lá a consultas médicas ou, de quando em vez, ver um jogo de futebol. Lembrei-me, ainda, da seguinte passagem daquela maravilhosa Beira de Torga:

"Gil Vicente, que da realidade nacional sabia mais do que os próprios donos da pátria, fala assim no Juiz da Beira:

Olhai vós bem que este sam eu
Homem de boa-ventura,
Empacho nunca me atura
E hei-de dizer o meu
Como qualquer criatura.

É claro que o poeta não estava a fazer geografia humana quando divertia suas majestades, e por isso carregava para onde o gracioso pedia. Mas o bom senso de Pêro Marques é uma obra-prima de observação, e o primeiro verso da farsa é lapidar, e define o nosso homem de cima a baixo.

Olhai vós bem que este sam eu!

Teimoso como um Sísifo voluntário, nenhuma mudez original é capaz de o impedir de tornar audível o que esta afirmação promete de tenacidade, concentração, serenidade e consciência de si. Ou não estivesse a serra por detrás dos seus gestos! Medieval e tosco na capela dos Ferreiros, em Oliveira do Hospital, ajoelhado e renascido em Góis, fidalgo descobridor em Belmonte, viajante na Covilhã, guerrilheiro em Midões, pastor e camponês em toda a parte, ninguém o pode ignorar, porque ele desce a viseira, ergue as mãos, iça a vela, caminha, aponta a carabina, levanta a enxada ou maneja o cajado, e grita:

Olhai vós bem que este sam eu!"

E confirmo que ele é mesmo "Beirão", pelo menos no sentir de Torga. Daí que não é um "Beirão da beira serra"! Não descurando em Miguel Torga ou na competência deste novel deputado em ler textos sobre o Portugal de há 50 anos, talvez fosse bom que ele percebesse que o Beirão é um termo aplicado a quem é da Beira, tout court. Ou então esta marca identitária possuiria, obrigatoriamente, um determinativo: Beirão da Covilhã; Beirão da Guarda; Beirão da Beira Serra; Beirão de Coimbra; etc. e tal! Mas será que ao comprometer-se com este novo tipo de Beirão o Sr. Candidato a deputado estará a autoexcluir-se de algo que o Beirão, per si, possa possuir? Claro que é um termo apetecível, que desperta a cobiça e a inveja, e que atrai olhares lânguidos. O mesmo Miguel Torga diz porquê:

"Não é o brilho que o impõe, nem a honradez, nem a inteligência, nem outras qualidades que o português não tenha. É uma obstinação de caruncho, muda, modesta, inflexível, incapaz da piedade de ceder ao seu próprio cansaço. Mas essa teimosia dá-lhe o triunfo e a convicção de que só ele pode e deve conduzir os destinos da pátria inteira. Sem o dizer, sem o afirmar, o beirão sente-se dono de Portugal. Cingido até fisicamente às estremas da sua courela, herda, contudo, o sentido absorvente e centrípeto da mãe. E vá de inventar uma Beira transmontana, uma Beira alentejana, uma Beira estremenha e uma Beira Litoral, enquanto não se lembra de arquitectar uma Beira minhota e outra algarvia. Não há casal, dos inúmeros que se espalham pela serra fora como pequenos rebanhos de ovelhas, onde não tenha nascido um desses homens sem brilho, apagados e humildes, que começam a tocar pífaro sobre uma lapa, e que às duas por três estão no Terreiro do Paço de aguilhada na mão."

Daqui que compreendo as pretensões de quem, não querendo ser "paraquedista", tem de justificar o porquê de ter vindo de "limousine" com lugar marcado no "charter" com destino ao Terreiro do Paço e querer usufruir dos direitos de voar (não em executiva) em executiva-beirã.

quinta-feira, abril 28, 2011

Li: O Clube de Cinema, de David Gilmour


Sou um aficionado da leitura. Leio, leio, leio e volto a ler. Claro que sei o que são obras primas e o que são obras menores, mas não tenho por hábito deitar fora nada. Leio e, se me agrada o livro, fico satisfeito. Se o livro me enche as medidas até ao fundo da alma, celebro com uma taça de vinho, mas do bom!
Este pequeno opúsculo autobiográfico, de David Gilmour, foi-me "apresentado" por aquele que é, para mim, a grande referência em termos de cinema na cidade da Guarda - o Victor Afonso. Pessoalmente, ele já me tinha dado conta da existência deste livro, sabendo ele que um dos meus métodos pedagógicos preferidos é o ensino alicerçado no instrumento fílmico. Pois bem, aproveitando o lançamento (que a Editora Pergaminho por certo não lhe agradecerá ) deste livro que ele efectuou no seu blog - O Homem que Sabia Demasiado, dei-me conta da imperiosa necessidade de o ler. Assim o fiz e não fiquei desiludido. Por certo, poderia ser bem mais dedicado ao cinema, mas entendo que a relação (que pode ser representada na seguinte equação:) PAI <-> FILHO <-> (ADOLESCÊNCIA + INICIAÇÃO SEXUAL), que é explorada sob o ponto de vista do pai, é bem mais importante para o autor do que a constatação do génio de Hitchcock ou da capacidade criativa (tipo relógio suiço) de Eastwood.
O livro parte das memórias de um tempo difícil na vida familiar dos intervenientes e apresenta a problemática da escola tradicional, que é vista como desagradável para alguns alunos, e a necessidade da existência de alternativas a este tipo de ensino de forma a cativar os alunos menos dedicados ao estudo; apresenta também a iniciação no mundo das drogas e no mundo sexual; apresenta ainda a difícil relação entre os pais e os filhos num mundo em que o emprego consome quase todo o tempo. Desta forma, um pai (David Gilmour) desempregado vai contactar de perto com o desnorte do filho e, numa jogada muito arriscada, decidi acompanhá-lo numa aventura que vai passar pelas mais diversas dificuldades, tanto ao nível do relacionamento entre ambos como ao nível do interesse que os filmes em análise despertam no filho.
A selecção de filmes é vasta e, confesso, muito desconhecida pela minha parte, mas nota-se que o autor pretendeu dar ao filho uma espécie de "rede de salvação significativa", apresentando-lhe sempre filmes com um fundo moral imenso. Claro que lhe deu também uma educação fortíssima em termos de crítica e metodologias cinematográficas (pois ele é um escritor televisivo responsável por alguns documentários e outros programas, penso eu!), mas a grande vitória desta estratégia quase explosiva foi o regresso do Jesse aos livros e ao estudo.
A história é agradável de seguir, a escrita é simples e clara, os temas são extremamente actuais e os valores, que vão sendo expostos, são essenciais.
Um livro a ler e a guardar!

terça-feira, abril 26, 2011

13. Crónica Diária na Rádio Altitude (2.ª temporada) – Crónica das cólicas de Abril

1. Ontem foi dia 25 de Abril e o meu filhote esteve muito incomodado. Seguimos, os dois, os discursos e as histórias que a televisão apresentou. Olhámos, maravilhados, para a capacidade de ficcionalizar o real que os canais portugueses, tão enfileirados, nos propuseram. Mas ele continuava com aquela sensação de peso na barriga, sinal de cólicas ou de enfado. E percebi que, naquele pequeno ser que absorve o mundo, estava em ebulição um conjunto de dúvidas sobre este dia tão marcante na história recente de Portugal. Pareceu-me, então, que ele perguntou: “O que é que isto tudo significa?” O centro da dúvida deslocou-se então dele para mim e fiquei estático. O que responder ao meu filho quando pretendo que ele tenha uma educação baseada nos valores da verdade e da honestidade, e no conhecimento integral de toda a realidade? O que é certo é que a definição de hoje da “Revolução dos Cravos” é muito diferente da que outros conheciam em 1975 ou 1976, pois hoje nós conhecemos o caminho que perseguiram com bafejos ditatoriais todos aqueles que se agarraram como lapas ao poder dito democrático. No final desta reflexão, respondi-lhe de forma leve e risonha: “Gugudádá, filho! Gugudádá!” Ele percebeu a complexidade do tema e riu-se comigo.

(...)

Guarda, 25 de Abril de 2011
Daniel António Neto Rocha

(Crónica Radiofónica - Rádio Altitude, no dia 26 de Abril de 2011 - disponível em podcast em Altitude.fm)

sexta-feira, abril 22, 2011

Pensalamentos #13

A um escrito de Alfred Musset:

Escrevemos sobre aqueles que amámos para esterilizarmos de vez o nosso corpo e a nossa alma com um pingo de ácido semântico!


quarta-feira, abril 20, 2011

Kubik, o cientista de sons



"Depois de seis anos de espera, Kubik vai editar o seu terceiro disco de originais, fechando assim a trilogia iniciada em 2001 com Oblique Musique”. “Psicotic Jazz Hall” é o título do novo trabalho e conta com a edição do Teatro Municipal da Guarda (TMG). O disco é apresentado ao vivo no próximo dia 14 de Maio, no Pequeno Auditório do TMG.
“Psicotic Jazz Hall” (título inspirado num disco do músico francês Pascal Comelade: “Psicotic Music Hall”) explora a matriz do jazz fundindo-a com o rock, a electrónica, músicas do mundo, num resultado musical mutante e sempre na procura de novos desafios criativos.
Kubik é o projecto de música electrónica de Victor Afonso, artista da Guarda com larga experiência musical no rock, na improvisação, na música experimental, e na electrónica.
A música de Kubik cruza vários géneros e é fortemente influenciada pelo imaginário cinematográfico. Manipulação electrónica, free-rock, jazz, hip-hop, ambient, world-music, metal, breakbeat, música de “cartoons”… todas estas diferentes sonoridades se fundem num grande caldeirão de estilos e estéticas que é o universo kubikiano.
O percurso começou há 13 anos com os Prémios Maqueta 1999. Dois anos depois, em 2001, foi revelação musical para o jornal Público. Seguiram-se dois discos, ambos aclamados pela crítica especializada e incluídos nos melhores dos respectivos anos por várias publicações: “Oblique Musique” (2001) e “Metamorphosia” (2005).
«Kubik is an amazing artist. He is moving into a special and particular universe. He has a fantastic records and a fantastic music… He’s a monster!» a frase é de Mike Patton (Faith No More, Mr. Bungle, Fantômas). O músico norte-americano chegou mesmo a convidar Kubik em 2004 a tocar na primeira parte do concerto dos Fantômas na Aula Magna (Lisboa).
Kubik tocou ainda em diversos festivais e na Casa da Música, Teatro São Jorge, ZDB, Fnac, Paredes de Coura, e tem no curriculum dezenas de colaborações com artistas dos mais diversos géneros musicais como Adolfo Luxúria Canibal, Old Jerusalem, Norton, Bypass, Factor Activo, Américo Rodrigues ou César Prata e remisturou vários temas para colectâneas. Compôs ainda música original para três filmes mudos e também para espectáculos de bailado, teatro, exposições, curtas-metragens e performances."


Conto não perder este espectáculo!

domingo, abril 17, 2011

O meu comentário às escolhas distritais de deputados?


Ao que tudo indica as surpresas ao nível dos deputados distritais deram nisto: são daqueles bonequitos que não mexem nem os braços, nem as pernas, nem sequer a mioleira! Estamos mal, estamos muito mal!

segunda-feira, abril 11, 2011

12. Crónica Diária na Rádio Altitude (2.ª temporada) – Crónica de um FMI anunciado


1. E por fim a choraminguice continuará! Já não nos faltava toda a pintura borrada, ainda se constrói um discurso em torno de quem tem culpa e de quem a não tem. Uns dizem que a não têm, outros que os outros é que a têm. Enfim, parece-me abusado que seis anos de responsabilidade máxima na política não originem um bocadinho de participação na queda do castelo de cartas, mas Portugal continua a ser um ninho de fenómenos estranhos e de gente que não mede o tamanho das alarvidades. Agora, penso que a responsabilidade no estado de coisas de hoje se deve especialmente a quem a dada altura disse que a crise tinha passado ao lado de Portugal e que continuou a gastar como se nada tivesse acontecido. Pena é que a memória dos portugueses seja tão instantânea e que com isso quem tem olho continue a ser rei. Em 2009, ano de eleições, foi um mar de rosas que um vendedor de ilusões vendeu para conquistar o poleiro, mas desde aí que os espinhos se agudizaram e se cravaram mais intensamente no costelado de quem trabalha de sol a sol. Eu não me esqueci das promessas de uma terra de onde das fontes jorrava mel! O que de facto continuo a encontrar é uma terra de cujas fontes jorra mm… muito fel! A pergunta que eu faço é a seguinte: não haverá por aí uns candidatos que sejam mais humanistas? Será que só os economistas, advogados, engenheiros é que têm competências para governar o país? Talvez o universo político não goste daquilo que eu digo, mas está na altura de um estado social ter à frente algum homem ou mulher saídos do horizonte das humanidades. É que a sensibilidade artística e cultural consegue olhar mais além e o tempo dos impostos não pode durar muito mais.


(...)


Guarda, 11 de Abril de 2011
Daniel António Neto Rocha


(Crónica Radiofónica - Rádio Altitude, no dia 12 de Abril de 2011 - disponível em podcast em Altitude.fm)

Crónica Bombeiros.pt: Foram-se os anéis! Manter-se-ão os dedos?

1. A crise, a malfadada crise que varre o planeta e, especialmente, os povos que sempre se julgaram imunes ao perigo de bancarrota, não afecta unicamente as actividades dos outros. A reorganização, com cortes acentuados, das contas públicas e dos gastos inerentes à contratação de serviços por parte das entidades estatais veio provocar um cataclismo de resultados ainda não completamente visíveis nas nossas corporações de bombeiros. Por um lado, temos um corte imenso nas receitas que provêm do transporte de doentes (vejam que nunca ninguém assumiu que esta era até há bem pouco tempo a maior fonte de receitas de quase todas as associações de bombeiros do país) e, como sabemos, sem transporte de doentes deixa de haver espaço para a existência de contratados. Por outro lado, quais serão os apoios governamentais que numa situação de crise financeira poderão colmatar essa ausência de receita e quais serão os apoios populares que resistirão ao desgaste provocado por muitos anos de exploração política?

(...)


Guarda, 10 de Abril de 2011
Daniel António Neto Rocha


(Texto publicado e disponibilizado no Portal Bombeiros.pt a partir das 17h00m do dia 11 de Abril de 2011)

terça-feira, março 29, 2011

11. Crónica Diária na Rádio Altitude (2.ª temporada) – Crónica do pedido de demissão ou da nova corrida de “boys”!

1. “Não é sempre igual!” Dirão vocês, muito solenemente, quando se fala de governos e da constituição dos mesmos. Pois é, começa agora, mais cedo do que expectável, mais uma corrida desenfreada aos direitos adquiridos e aos contratos milionários. Iupi! Vamos lá, boys!, vamos lá puxar das bandeirinhas e das gargantas afinadas, pois as inscrições para o Coro dos Pequenos Candidatos a Cunhas e Afins estão quase a terminar. As eleições, apimentadas por um Coelho que, ao contrário do da Alice, anda sempre adiantado e que nos parece apresentar um enigma de país ainda maior do que o maravilhoso criado por Lewis Carrol, estão a ser marcadas por debates interessantíssimos ao nível das pastas que irão ser ocupadas pelos useiros e abuseiros do costume. Depois da bonança que trouxe para Portugal, talvez fosse bom que alguém dissesse ao Engenheiro Sócrates que estava, sequer, proibido de se aproximar de um qualquer teleponto televisivo. Quanto aos outros Ministros, Secretários de Estado, Chefes de Gabinete, Acessores, Secretárias e nem sei mais que cargos existem por ali pelo meio, podem ir para todo o lado (até para o raio que vos parta!) menos para lugares de decisão onde já provaram que decidem mal. Será assim tão difícil perceber que as políticas que vendem não têm qualquer pingo de originalidade e podem ser encontradas nas mais reles feiras da ladra?

(..)

Guarda, 28 de Março de 2011
Daniel António Neto Rocha
(Crónica Radiofónica - Rádio Altitude, no dia 29 de Março de 2011 - disponível em podcast em Altitude.fm)

quarta-feira, março 23, 2011

23-03-2011 - Frase do dia

"O senhor achou que isto [o debate] era tão importante que até usou uma linda gravata."

Teixeira dos Santos para Bernardino Soares

(Fonte: Público)



Podia até esperar por uma melhor, mas penso que este mimo revela bem o nível dos nossos políticos num momento de crise: continuam a brincar apesar de estarmos num imenso buraco.

terça-feira, março 22, 2011

Conversas de Verso


Na Sexta-feira, estarei com um grupo de boa gente à conversa sobre Poesia. Vamos ver se terei algo para dizer ou se o nada se transforma em meia dúzia de palavras.

Estão convidados!

terça-feira, março 15, 2011

10. Crónica Diária na Rádio Altitude (2.ª temporada) – Crónica da paternidade e das interjeições inocentes

1. Não tenho como costume inserir neste espaço de opinião assuntos pessoais ou que me digam directamente respeito. Não é que eu não viva uma vida interessante e intensa, mas não me parece que os caros ouvintes tenham de aturar as minhas teorias existenciais ou os meus devaneios surreais. Mesmo assim, e como há uma primeira vez para tudo, vou hoje partilhar convosco um momento de felicidade extrema que me tem animado as noites, as manhãs e as tardes. Para aqueles que me são mais próximos e com os quais mantenho um contacto telefónico ou facebookiano será fácil perceber o porquê desta pequena introdução estranha. Para o resto do auditório cabe-me acrescentar ainda estas breves palavras: fui papá de “um galhardo e valente mancebo”!

(...)


Guarda, 14 de Março de 2011
Daniel António Neto Rocha

(Crónica Radiofónica - Rádio Altitude, no dia 15 de Março de 2011 - disponível em podcast em Altitude.fm)

segunda-feira, março 07, 2011

Galo que é Galo tem festa! É na Guarda, pois 'tá claro!

Hoje, lá mais para a noite, é dia de Galo! Diversão e muita sátira social, numa noite onde o visado é o galo dos pecados e dos desvios monetários.

Homens da luta no Festival da Eurovisão?




Assim de forma bem sintética, apeteceu-me comentar os "apupos" de muita gente à ida dos Homens da Luta à Alemanha para representar o país. Pois bem: abençoada a gente que começa a abrir os olhos e a deixar os engravatadinhos chateados por não lhes obedecer. Gostei da vitória dos desalinhados e dos politicamente incorrectos. Se não tivermos uma pontuação decente? Bem, nos vinte e poucos anos que levo de vida uma pontuação decente na Eurovisão conseguiu-se para aí duas vezes. Se esta for mais uma dessas vezes? Pelo menos foi com muito estilo!


Parabéns, Homens da Luta!!!!

terça-feira, março 01, 2011

09. Crónica Diária na Rádio Altitude (2.ª temporada) – Crónica da memória e de Manuel Poppe

1. A cidade da Guarda não é conhecida por ser uma cidade que trata bem os seus cidadãos, mas de quando em vez lá se esquece de ameaças ou de repúdios a granel e lá consegue relembrar o bem que muitos deles têm feito para nos apartar desta interioridade doentia e redutora. Destes breves momentos de alucinação, que ainda vão acontecendo, nascem algumas das actividades culturais melhor conseguidas para um público que gosta de ler e que incentiva à leitura, e que se dedica ao ensino da literatura. Está, pois!, de parabéns quem faz cultura na Guarda.

(...)

Guarda, 28 de Fevereiro de 2011
Daniel António Neto Rocha

(Crónica Radiofónica - Rádio Altitude, no dia 01 de Março de 2011 - disponível em podcast em Altitude.fm)